No final
do ensino fundamental, 67,2% dos docentes não têm formação adequada, enquanto
no ensino médio, são 51,7%. Pesquisa foi feita por Todos Pela Educação com base
no censo
Chega
a 67,2% o percentual de professores dos anos finais do ensino fundamental no
Brasil que não têm licenciatura na disciplina que ensinam. Os dados, de 2013,
foram consolidados pelo movimento Todos pela Educação com base no Censo
Escolar. No ensino médio, cujas diretrizes curriculares ditam que os
professores devem ter licenciatura em sua área, a parcela de docentes sem a
formação adequada é de 51,7%.
Segundo
os dados, do total de 1.354.840 professores de ensino fundamental no Brasil,
444.127 (32,8%) têm licenciatura na área que atuam. As disciplinas com maiores
proporções de formados ensinando nas próprias áreas são Língua Portuguesa
(46,7%), Educação Física (37,7%) e Língua Estrangeira (37,6%). As menores proporções
são Artes (7,7%), Filosofia (10%) e Geografia (28,1%).
Já
no ensino médio, Português (73,2%), Educação Física (64,7%) e Matemática
(63,4%) são as áreas com maior parcela de docentes que ensinam as disciplinas
nas quais se formaram. Artes (14,9%), Física (19,2%) e Filosofia (21,2%) têm as
menores proporções, segundo os dados do Todos pela Educação.
- Temos uma carência de formação
de docentes. Há poucos jovens querendo ser professores - afirma a
diretora-executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz – Ainda não resolvemos
o problema nem no quantitativo, nem no qualitativo.
Coordenador-geral
da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara concorda.
O
resultado reflete um problema grave que é a atratividade da carreira docente. E
representa um desafio: garantir atratividade da profissão. Isso passa pela
remuneração e também por condições de trabalho – avalia.
Os
dados apresentam também diferenças regionais. O Nordeste é a região com menor
proporção de docentes nos ensinos fundamental (17,6%) e médio (34%). No
primeiro caso, o Sudeste está na outra ponta, com 52,9%. No segundo, fica o
Sul, com 58,1%. Coordenadora-geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de
Educação (Sepe) do Rio, Marta Moraes crê que o resultado reflete a carência de
universidades no país:
- Falta investimento em universidades
públicas. Sem formação específica, o professor é um leigo, um quebra-galho.
(O Globo)
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