segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Professores têm várias opções para investir na formação continuada


Edital para o Programa de Consolidação das Licenciaturas (Prodocência), realizado pela Capes, deve ser lançado no primeiro semestre de 2013
 
O número de professores buscando melhorar a formação está aumentado, porém, é preciso mais investimento do governo na formação dos docentes, segundo a professora Marcia Angela Aguiar, presidente da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae).
 “O professor do magistério é um profissional do Estado; ele tem uma importância muito grande para o país. Precisamos de docentes qualificados para atender os alunos em todos os níveis. A parceria entre escolas e universidades contribui nesse sentido. Oferecer oportunidades de formação é um compromisso social do governo. Mas, para fazer os cursos de formação, mesmo a distância, o professor precisa de tempo, e como muitas vezes trabalha em vários lugares para compensar a baixa remuneração, nem sempre consegue. Existe muita discussão a respeito da formação dos professores, mas é importante destacar que a qualificação não está separada de outras questões, como as condições de trabalho”, explica.
De acordo com o Censo Escolar 2011, a  proporção de professores com Ensino Superior que lecionam na Educação Básica cresceu 7,6% entre 2010 e 2011. Segundo o levantamento, divulgado em abril de 2012, os docentes com formação superior são maioria na Educação Infantil (56,9%) , no Ensino Fundamental I  - 1º ao 5º ano (68,2%), no Ensino Fundamental II - 6º ao 9º anos (84,2%) e também no Ensino Médio (94,1%). Dados do censo também revelam que, do total de 2 milhões de docentes da Educação Básica, 380 mil são alunos de cursos superiores, ou seja, eles dão aulas e continuam estudando. O curso que apresenta o maior número de matrículas é Pedagogia, com 185 mil estudantes, seguido por Letras (43 mil) e Matemática (18.500). A maioria dos professores está matriculada em cursos a distância – no caso de Pedagogia, mais de 100 mil cursam essa modalidade.
O professor João Carlos Teatini, diretor de Educação a Distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), também destaca a importância da parceria entre escolas e universidades. A Capes, antes responsável somente por cursos de pós-graduação, passou a receber o dobro de seu orçamento para assumir a responsabilidade pela formação do magistério a partir de 2009, quando o Ministério da Educação (MEC) lançou o Plano Nacional de Formação de Professores.
 “A pós-graduação do Brasil goza de reconhecimento nacional e internacional pela qualidade dos cursos e programas das Instituições de Educação Superior (IES), em especial as públicas, e da ação conjunta das agências federais e estaduais de indução e fomento. Em percurso contrário, nossos alunos da Educação Básica evidenciam desempenho insuficiente em diversos instrumentos de avaliação como Prova Brasil, Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Criada em 1951, a Capes convivia, até recentemente, com uma incômoda lacuna quanto à concepção de seu fundador – o grande educador Anísio Teixeira –,  a pouca atenção à Educação Básica. Nos últimos anos conseguimos mudar isso, assumindo com empenho essa área, sem descuidar do seu papel estratégico na formação de mestres e doutores de alto nível e, até mesmo, ampliando o compromisso com o desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil. Ações relevantes estão em andamento, abrigadas em duas diretorias recentes, a de Educação Básica Presencial (DEB) e a de Educação da Distância. Entre os programas da Capes na Educação Básica, temos o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid); Observatório da Educação; e Programa de Consolidação das Licenciaturas (Prodocência), entre outros. Por meio da Capes, o MEC decidiu enfrentar o maior desafio, talvez, em sua história: graduar em Licenciatura, gratuitamente e com qualidade, cerca de 400 mil professores em exercício dos sistemas públicos de ensino até 2014, com a indispensável participação dos institutos de ensino superior do País”, ressalta.
Para a professora Guiomar Namo de Mello, diretora da Escola Brasileira de Professores (Ebrape), os programas de formação de professores são bem-vindos, mas temos que perguntar o que não está dando certo na educação do país: “O professor não sabe ensinar, prova disso são os resultados da Prova Brasil, Enem e Saeb. Mais do que melhores salários, os professores precisam de melhor formação. Eles estudam em escolas ruins e reproduzem a ignorância na hora de ensinar. Muitos cursos estão voltados para a produção de conhecimento na área, mas não para a necessidade do magistério. É preciso focar no que o professor tem que saber para dar aula. O aluno de Pedagogia não tem mais chance de aprofundar conhecimentos em História, Matemática, Geografia... Como ele vai ensinar se não aprendeu direito? Temos que resgatar a formação na Educação Básica e complementar o trabalho nas faculdades de Pedagogia”.

Veja a seguir algumas opções de cursos de especialização e formação continuada:
Pró-letramento - Mobilização pela Qualidade da Educação
O programa é voltado para a  formação continuada de professores com o intuito de melhorar a qualidade de aprendizagem da leitura/escrita e matemática nos anos/séries iniciais do Ensino Fundamental. É realizado pelo MEC, em parceria com universidades que integram a Rede Nacional de Formação Continuada e com adesão dos estados e municípios. Podem participar todos os professores que estão em exercício, nas séries iniciais do ensino fundamental das escolas públicas. As universidades que integram a Rede Nacional de Formação Continuada nas áreas de alfabetização/linguagem e de matemática são responsáveis pelo desenvolvimento e produção dos materiais para os cursos, pela formação e orientação do professor orientador/tutor, pela coordenação dos seminários previstos e pela certificação dos professores cursistas. As incrições para 2013 ainda não abriram, mas os interessados podem consultar informações no site do Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE). A Secretaria de Educação Básica  também atende os professores por meio do telefone: 0800 61 61 61 opção 6 ou email: proletramento@mec.gov.br

Programa Gestão da Aprendizagem Escolar
O programa oferece formação continuada em língua portuguesa e matemática aos professores dos anos finais (do 6º ao 9º ano) do ensino fundamental em exercício nas escolas públicas. A formação possui carga horária de 300 horas, sendo 120 horas presenciais e 180 horas a distância (estudos individuais) para cada área temática, além de incluir discussões sobre questões prático-teóricas e buscar contribuir para o aperfeiçoamento da autonomia do professor em sala de aula. As inscrições para 2013 ainda não abriram. Mais informações sobre o Programa Gestão de Aprendizagem Escolar no site do MEC.

Programa de Consolidação das Licenciaturas – Prodocência
O programa visa a contribuir para elevar a qualidade dos cursos de licenciatura, por meio de fomento a projetos institucionais, na perspectiva de valorizar a formação e reconhecer a relevância social dos profissionais do magistério da Educação Básica, selecionando propostas que: a) contemplem novas formas de gestão institucional; b) desenvolvam experiências metodológicas e práticas docentes de caráter inovador; c) apresentem projetos de cooperação entre unidades acadêmicas que elevem a qualidade da formação dos futuros docentes; d) integrem a educação superior com a educação básica; e e) orientem a superação de problemas identificados nas avaliações feitas nos cursos de licenciatura. O Prodocência tem previsão de lançar edital de dois em dois anos, mas estas previsões estão sempre sujeitas à disponibilidade orçamentária da Capes. O último edital foi lançado em 2010, e a previsão do próximo lançamento é para o primeiro semestre de 2013. Mais informações sobre o Programa de Consolidação das Licenciaturas - Prodocência  no site da Capes.

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid)
O programa oferece bolsas de iniciação à docência aos alunos de cursos presenciais que se dediquem ao estágio nas escolas públicas e que, quando graduados, se comprometam com o exercício do magistério na rede pública. O objetivo é antecipar o vínculo entre os futuros mestres e as salas de aula da rede pública. Os coordenadores de áreas do conhecimento recebem bolsas mensais de R$ 1,2 mil. Os alunos dos cursos de licenciatura têm direito à bolsa de R$ 350 e os supervisores, que são os professores das disciplinas nas escolas onde os estudantes universitários vão estagiar, recebem bolsa de R$ 600 por mês. A previsão é que o edital 2013 seja lançado no segundo semestre. Mais informações sobre o Progama Institucional  de Bolsas de Iniciação à Docência no site da Capes.

Observatório da Educação
Resultado de parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o programa Observatório da Educação atua na pós-graduação – mestrado e doutorado, apoiando projetos de pesquisa que usem como base os bancos de dados do Inep, entre eles o Censo Escolar e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). A intenção é estimular estudos sobre temas como a avaliação educacional, fluxo escolar, educação e mercado de trabalho, financiamento da educação e educação e demografia, para estimular a formação de mestres e doutores que atuem nas áreas de gestão de políticas educacionais, avaliação educacional e formação de professores. As inscrições para participação no programa abrem a cada dois anos e o próximo edital será lançado em 2014.  Mais informações sobre o Observatório da Educação no site da Capes

Programa Apoio à Melhoria do Ensino em Escolas da Rede Pública Sediadas no Estado do Rio de Janeiro
Resultado de um convênio entre o Governo do Estado do Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), o programa, que funciona por meio edital, tem como objetivo apoiar iniciativas para a melhoria do ensino, por meio de projetos que abordem temas relevantes ao processo de ensino-aprendizagem e que permitam o aprimoramento da infraestrutura das escolas da rede pública do Estado do Rio de Janeiro (níveis fundamental e médio), com a finalidade de contribuir para o estabelecimento da excelência nas escolas da rede pública do estado; a formação, a capacitação e a atualização de professores das escolas da rede pública do estado; a melhoria da infraestrutura necessária ao ensino da rede pública do estado; e a promoção do intercâmbio de instituições de ensino superior e pesquisa com escolas da rede pública sediadas no estado. A previsão é que o edital para o programa seja lançado no final do primeiro semestre de 2013 (maio ou junho). Mais informações no site da Faperj.


Nenhum comentário:

Postar um comentário