Edital para o Programa de Consolidação das Licenciaturas (Prodocência), realizado pela Capes, deve ser lançado no primeiro semestre de 2013
O número de professores buscando melhorar a
formação está aumentado, porém, é preciso mais investimento do governo na
formação dos docentes, segundo a professora Marcia Angela Aguiar, presidente da
Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae).
“O professor
do magistério é um profissional do Estado; ele tem uma importância muito grande
para o país. Precisamos de docentes qualificados para atender os alunos em
todos os níveis. A parceria entre escolas e universidades contribui nesse
sentido. Oferecer oportunidades de formação é um compromisso social do governo.
Mas, para fazer os cursos de formação, mesmo a distância, o professor precisa
de tempo, e como muitas vezes trabalha em vários lugares para compensar a baixa
remuneração, nem sempre consegue. Existe muita discussão a respeito da formação
dos professores, mas é importante destacar que a qualificação não está separada
de outras questões, como as condições de trabalho”, explica.
De acordo com o Censo Escolar 2011, a
proporção de professores com Ensino Superior que lecionam na Educação Básica
cresceu 7,6% entre 2010 e 2011. Segundo o levantamento, divulgado em abril de
2012, os docentes com formação superior são maioria na Educação Infantil
(56,9%) , no Ensino Fundamental I - 1º ao 5º ano (68,2%), no Ensino
Fundamental II - 6º ao 9º anos (84,2%) e também no Ensino Médio (94,1%). Dados
do censo também revelam que, do total de 2 milhões de docentes da Educação
Básica, 380 mil são alunos de cursos superiores, ou seja, eles dão aulas e
continuam estudando. O curso que apresenta o maior número de matrículas é
Pedagogia, com 185 mil estudantes, seguido por Letras (43 mil) e Matemática
(18.500). A maioria dos professores está matriculada em cursos a distância – no
caso de Pedagogia, mais de 100 mil cursam essa modalidade.
O professor João Carlos Teatini, diretor de
Educação a Distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes), também destaca a importância da parceria entre escolas e
universidades. A Capes, antes responsável somente por cursos de pós-graduação,
passou a receber o dobro de seu orçamento para assumir a responsabilidade pela
formação do magistério a partir de 2009, quando o Ministério da Educação (MEC)
lançou o Plano Nacional de Formação de Professores.
“A
pós-graduação do Brasil goza de reconhecimento nacional e internacional pela
qualidade dos cursos e programas das Instituições de Educação Superior (IES),
em especial as públicas, e da ação conjunta das agências federais e estaduais
de indução e fomento. Em percurso contrário, nossos alunos da Educação Básica
evidenciam desempenho insuficiente em diversos instrumentos de avaliação como
Prova Brasil, Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e Sistema de Avaliação da
Educação Básica (Saeb). Criada em 1951, a Capes convivia, até recentemente, com
uma incômoda lacuna quanto à concepção de seu fundador – o grande educador
Anísio Teixeira –, a pouca atenção à Educação Básica. Nos últimos anos
conseguimos mudar isso, assumindo com empenho essa área, sem descuidar do seu
papel estratégico na formação de mestres e doutores de alto nível e, até mesmo,
ampliando o compromisso com o desenvolvimento científico e tecnológico do
Brasil. Ações relevantes estão em andamento, abrigadas em duas diretorias
recentes, a de Educação Básica Presencial (DEB) e a de Educação da Distância.
Entre os programas da Capes na Educação Básica, temos o Programa Institucional
de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid); Observatório da Educação; e Programa
de Consolidação das Licenciaturas (Prodocência), entre outros. Por meio da
Capes, o MEC decidiu enfrentar o maior desafio, talvez, em sua história:
graduar em Licenciatura, gratuitamente e com qualidade, cerca de 400 mil
professores em exercício dos sistemas públicos de ensino até 2014, com a
indispensável participação dos institutos de ensino superior do País”,
ressalta.
Para a professora Guiomar Namo de Mello, diretora
da Escola Brasileira de Professores (Ebrape), os programas de formação de
professores são bem-vindos, mas temos que perguntar o que não está dando certo
na educação do país: “O professor não sabe ensinar, prova disso são os
resultados da Prova Brasil, Enem e Saeb. Mais do que melhores salários, os
professores precisam de melhor formação. Eles estudam em escolas ruins e
reproduzem a ignorância na hora de ensinar. Muitos cursos estão voltados para a
produção de conhecimento na área, mas não para a necessidade do magistério. É
preciso focar no que o professor tem que saber para dar aula. O aluno de
Pedagogia não tem mais chance de aprofundar conhecimentos em História,
Matemática, Geografia... Como ele vai ensinar se não aprendeu direito? Temos
que resgatar a formação na Educação Básica e complementar o trabalho nas
faculdades de Pedagogia”.
Veja a seguir algumas opções de cursos de especialização
e formação continuada:
Pró-letramento - Mobilização pela Qualidade da Educação
Pró-letramento - Mobilização pela Qualidade da Educação
O programa é voltado para a formação
continuada de professores com o intuito de melhorar a qualidade de aprendizagem
da leitura/escrita e matemática nos anos/séries iniciais do Ensino Fundamental.
É realizado pelo MEC, em parceria com universidades que integram a Rede
Nacional de Formação Continuada e com adesão dos estados e municípios. Podem
participar todos os professores que estão em exercício, nas séries iniciais do ensino
fundamental das escolas públicas. As universidades que integram a Rede Nacional
de Formação Continuada nas áreas de alfabetização/linguagem e de matemática são
responsáveis pelo desenvolvimento e produção dos materiais para os cursos, pela
formação e orientação do professor orientador/tutor, pela coordenação dos
seminários previstos e pela certificação dos professores cursistas. As
incrições para 2013 ainda não abriram, mas os interessados podem consultar
informações no site do Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE). A
Secretaria de Educação Básica também atende os professores por meio do
telefone: 0800 61 61 61 opção 6 ou email: proletramento@mec.gov.br
Programa Gestão da Aprendizagem Escolar
O programa oferece formação continuada em língua
portuguesa e matemática aos professores dos anos finais (do 6º ao 9º ano) do
ensino fundamental em exercício nas escolas públicas. A formação possui carga
horária de 300 horas, sendo 120 horas presenciais e 180 horas a distância
(estudos individuais) para cada área temática, além de incluir discussões sobre
questões prático-teóricas e buscar contribuir para o aperfeiçoamento da
autonomia do professor em sala de aula. As inscrições para 2013 ainda não
abriram. Mais informações sobre o Programa
Gestão de Aprendizagem Escolar no site do MEC.
Programa de Consolidação das Licenciaturas –
Prodocência
O programa visa a contribuir para elevar a
qualidade dos cursos de licenciatura, por meio de fomento a projetos
institucionais, na perspectiva de valorizar a formação e reconhecer a
relevância social dos profissionais do magistério da Educação Básica, selecionando
propostas que: a) contemplem novas formas de gestão institucional; b)
desenvolvam experiências metodológicas e práticas docentes de caráter inovador;
c) apresentem projetos de cooperação entre unidades acadêmicas que elevem a
qualidade da formação dos futuros docentes; d) integrem a educação superior com
a educação básica; e e) orientem a superação de problemas identificados nas
avaliações feitas nos cursos de licenciatura. O Prodocência tem previsão de
lançar edital de dois em dois anos, mas estas previsões estão sempre sujeitas à
disponibilidade orçamentária da Capes. O último edital foi lançado em 2010, e a
previsão do próximo lançamento é para o primeiro semestre de 2013. Mais informações sobre o Programa de Consolidação das
Licenciaturas - Prodocência no site da Capes.
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à
Docência (Pibid)
O programa oferece bolsas de iniciação à docência
aos alunos de cursos presenciais que se dediquem ao estágio nas escolas
públicas e que, quando graduados, se comprometam com o exercício do magistério
na rede pública. O objetivo é antecipar o vínculo entre os futuros mestres e as
salas de aula da rede pública. Os coordenadores de áreas do conhecimento
recebem bolsas mensais de R$ 1,2 mil. Os alunos dos cursos de licenciatura têm
direito à bolsa de R$ 350 e os supervisores, que são os professores das
disciplinas nas escolas onde os estudantes universitários vão estagiar, recebem
bolsa de R$ 600 por mês. A previsão é que o edital 2013 seja lançado no segundo
semestre. Mais informações sobre o Progama
Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência no site da Capes.
Observatório da Educação
Resultado de parceria entre a Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o programa
Observatório da Educação atua na pós-graduação – mestrado e doutorado, apoiando
projetos de pesquisa que usem como base os bancos de dados do Inep, entre eles
o Censo Escolar e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). A intenção
é estimular estudos sobre temas como a avaliação educacional, fluxo escolar,
educação e mercado de trabalho, financiamento da educação e educação e
demografia, para estimular a formação de mestres e doutores que atuem nas áreas
de gestão de políticas educacionais, avaliação educacional e formação de
professores. As inscrições para participação no programa abrem a cada dois anos
e o próximo edital será lançado em 2014. Mais informações sobre o Observatório
da Educação no site da Capes
Programa Apoio à Melhoria do Ensino em Escolas da Rede Pública Sediadas no Estado do Rio de Janeiro
Programa Apoio à Melhoria do Ensino em Escolas da Rede Pública Sediadas no Estado do Rio de Janeiro
Resultado de um convênio entre o Governo do Estado
do Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e a Fundação
Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj),
o programa, que funciona por meio edital, tem como objetivo apoiar iniciativas
para a melhoria do ensino, por meio de projetos que abordem temas relevantes ao
processo de ensino-aprendizagem e que permitam o aprimoramento da
infraestrutura das escolas da rede pública do Estado do Rio de Janeiro (níveis
fundamental e médio), com a finalidade de contribuir para o estabelecimento da
excelência nas escolas da rede pública do estado; a formação, a capacitação e a
atualização de professores das escolas da rede pública do estado; a melhoria da
infraestrutura necessária ao ensino da rede pública do estado; e a promoção do
intercâmbio de instituições de ensino superior e pesquisa com escolas da rede
pública sediadas no estado. A previsão é que o edital para o programa seja
lançado no final do primeiro semestre de 2013 (maio ou junho). Mais
informações no site da Faperj.
Fonte: http://redeglobo.globo.com/globoeducacao/noticia/2013/01/professores-tem-varias-opcoes-para-investir-na-formacao-continuada.html
Acesso em 28/01/2013.