segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Mensagem do presidente da SBQ sobre o dia do Professor!


Parabéns Professor pelo seu dia e pelo trabalho nobre que é fundamental para a sociedade

 

         Docentes, mestres, orientadores e facilitadores são denominações para o termo professor, mas em realidade ele é muito maior do que esse conjunto. Talvez seja uma das primeiras profissões reconhecida nas tribos dos primeiros humanos que para poderem sobreviver precisavam repassar de geração para geração os conhecimentos adquiridos e, desde então, não há sociedade que possa prescindir dessa nobre profissão. Depois dos pais, os professores são os referenciais mais importantes na formação do cidadão. Quem não se lembra de um professor que marcou sua vida? Não há médico, químico, biólogo, juiz, policial, motorista, etc. que não tenha tido a participação efetiva dos professores na sua formação. Até os professores precisam de professores para sua formação.

         Em realidade todos somos professores e alunos nessa vida aprendendo e ensinando constantemente, ou melhor, somos eternos aprendizes. Como diz Cora Coralina no seu poema “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.

Não sei se a vida é curta ou longa para nós,
mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe,
braço que envolve, palavra que conforta,
silêncio que respeita, alegria que contagia,
lágrima que corre, olhar que acaricia,
desejo que sacia,amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta,
nem longa demais, mas que seja intensa,
verdadeira, pura enquanto durar.
Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.”

         Apesar de toda essa importância é uma das profissões menos reconhecida profissionalmente pelos gestores do ensino público e privado e são os que tem as piores condições de trabalho, haja vista as péssimas infraestruturas de muitas escolas no Brasil. São eles que tem os salários mais aviltados considerando-se a nobre missão de educar nossos filhos e formar toda uma geração de cidadãos. Mesmo assim são profissionais pacientes e dedicados que se envaidecem quando um dos seus alunos se destaca em algum concurso ou se tornam profissionais de sucesso. Parece pouco, mas é uma grande recompensa.

         Então Professores nesse seu dia, a Sociedade Brasileira de Química se junta a todos os eternos alunos que os tem como ídolos e lhes deseja: muita saúde, paz, sabedoria, melhores salário, melhores condições de trabalho e mais reconhecimento dos empresários e gestores governamentais da educação brasileira.

Vitor Francisco Ferreira

Presidente da SBQ

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

CGI.br lança resultados da pesquisa TIC Kids Online Brasil

Agência FAPESP – O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou os resultados da primeira pesquisa TIC Kids Online Brasil, que visa levantar dados sobre as oportunidades on-line e o uso seguro da internet.
              De 9 a 16 anos, 47% usam a internet diariamente ou quase todos os dias e 70% têm perfil próprio em rede social (Cetic.br)
             A pesquisa é resultado de um acordo entre o Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br) e a London School of Economics (LSE) para trazer para o Brasil a metodologia utilizada na pesquisa EU Kids Online, conduzida em 25 países da Europa em 2010.
            O Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br) adaptou o modelo da pesquisa europeia à realidade brasileira, mantendo a comparabilidade com os resultados dos demais países. Foram realizadas 1.580 entrevistas com crianças/adolescentes de 9 a 16 anos e o mesmo número de pais.
            A pesquisa mostrou que a frequência de uso da internet é elevada na faixa etária entre 9 e 16 anos: 47% usam a internet todos os dias ou quase todos os dias.
            O uso da internet por esse perfil ocorre em uma variedade de locais. Destaque para o uso na escola (42%), no domicílio (40% dos entrevistados utilizam a internet na sala de casa ou outro ambiente coletivo do domicílio), na lan house (35%) e pelo celular, que é citado por 18% dos usuários de 9 a 16 anos.
            Entre as atividades realizadas pela criança/adolescente na internet no mês anterior à pesquisa, as mais mencionadas são: “fazer trabalho escolar” (82%), “visitar uma rede social” (68%), “assistir vídeos no YouTube” (66%), “jogar on-line” (54%).
            Atividades mais complexas ou interativas, como postar conteúdos, são menos citadas: 40% postaram fotos, vídeos ou músicas, 24% postaram uma mensagem em um site e 10% escreveram em blog.
            Entre crianças e adolescentes de 9 a 16 anos, 70% possuem perfil próprio em rede social – 42% entre 9 e 10 anos e 83% de 15 a 16 anos. Entre os que possuem o próprio perfil, 42% são privados, configurado de forma que apenas os amigos consigam visualizá-lo.
            Outros 31% permitem que contatos dos seus amigos também possam visualizar seu perfil, ou seja, é parcialmente privado. Ainda, 25% possuem perfis públicos, que podem ser visualizados por qualquer pessoa. Apenas 2% desconhecem a configuração do perfil na rede social.
            Além disso, 54% dos usuários de internet disseram saber mudar as configurações de privacidade no perfil de rede social. 59% sabem bloquear as mensagens de uma pessoa e 44% declararam ser capazes de bloquear spam.
            Já em relação a questões mais complexas, 55% declararam saber encontrar informações sobre como usar a internet com segurança e 41% sabem comparar diferentes sites para verificar se as informações são verdadeiras, o que aponta para os desafios de um uso seguro da rede.
            Além disso, 23% dos usuários de 11 a 16 anos já tiveram contato na internet com alguém que não conheciam pessoalmente. Entre os que fizeram esse contato, cerca de um quarto declarou ter encontrado pessoalmente alguém que conheceu primeiro na internet.
            Em relação às experiências vividas pelas crianças e adolescentes, 22% declararam ter passado por alguma situação de incômodo ou chateação nos últimos 12 meses. Entre esses, praticamente metade (47%) declarou que esse tipo de situação aconteceu na internet.
            71% dos pais/responsáveis creem que os filhos usem a internet com segurança e 35% acham que os filhos são suficientemente capazes de lidar com situações que o incomodem na internet.
            “Embora os pais sejam importantes mediadores das crianças e adolescentes no uso da internet, os resultados da pesquisa mostram que sua percepção dos riscos desse uso é baixa”, disse Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.
            Em agosto de 2012, o CERT.br divulgou um fascículo com dicas específicas de segurança em redes sociais. O material compõe a nova versão da Cartilha de Segurança para Internet, disponível em http://cartilha.cert.br.
            Informações sobre iniciativas de segurança na internet são congregadas no site InternetSegura: www.internetsegura.br.
            Os dados da pesquisa estão disponíveis em www.cetic.br/usuarios/kidsonline/index.htm.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Faltam metas de produtividade aos docentes das universidades públicas?

A edição de sábado (06/10/2012) da Folha de São Paulo traz dois artigos debatendo a produtividade dos docentes.

NÃO

A quem as universidades estão servindo?

Artigo de José Maria Alves da Silva, doutor em economia, é professor da Universidade Federal de Viçosa.

            No Brasil, as universidades estão entre as instituições públicas mais submetidas a avaliações externas de desempenho. Além de contrariar o princípio da autonomia, previsto no artigo 207 da Constituição Federal, tal excesso de cobrança também pode ser considerado anômalo por induzir desvios de função, em detrimento da geração de bens públicos que não podem ser adequadamente aferidos por meio de indicadores quantitativos.
            Em contraste com as atividades produtivas agrícolas e industriais, ou nas áreas de segurança, saúde, transporte e energia, os "inputs" e "outputs" mais essenciais da "função de produção acadêmica" envolvem coisas intangíveis como pensamentos e ideias científicas, políticas ou artísticas.
            Podem-se somar quantidades de diplomas concedidos ou de artigos publicados em revistas indexadas, mas não os conteúdos dos diplomados e das publicações. Além disso, atividades como as filosóficas e científicas são caracterizadas por períodos de gestação longos e variáveis, incompatíveis com os objetivos imediatistas subjacentes à ação dos órgãos avaliadores.
            Desde o início da peregrinação científica de Charles Darwin, no navio Beagle, até a publicação da "Origem das Espécies", passaram-se 18 anos. Pelos critérios de avaliação vigentes hoje nas universidades brasileiras, esforços científicos de grande fôlego, como o de Darwin, estão completamente fora de cogitação.
            Durante o tempo que levou para concluir a teoria da relatividade geral, Albert Einstein publicou alguns artigos em revistas científicas, mas não com intuitos "carreiristas" e sim porque precisava se comunicar com os colegas, para melhor conduzir suas investigações.
            Outro bom exemplo é Sócrates, que não deixou nada escrito. Sua atividade consistia em pensar e formar ideias que expressava apenas oralmente, pois considerava que escrever era desperdício de tempo.
            No entanto, através dos discípulos, suas ideias contribuíram para a formação de parte substancial do acervo cultural da humanidade. Se vivesse hoje como professor da universidade pública brasileira, ele seria apenas mais um dos atirados na vala comum dos improdutivos, por causa de metodologias de avaliação insufladoras de um "produtivismo" que, no longo prazo, tende a levar a resultados piores do que os que naturalmente ocorreriam se elas nunca tivessem existido.
            Em consequência do excesso de avaliações e cobranças de produtividade, presencia-se hoje nas universidades públicas brasileiras um ambiente extremamente competitivo, estressante e direcionado para a produção de bens de mercado.
           Tirando o que é gasto na elaboração de projetos, produção em massa de artigos, preenchimento de relatórios, atualização de currículos, participações cada vez mais frequentes em bancas, reuniões etc., sobra pouco tempo para pensar e outras finalidades importantes, como aperfeiçoar metodologias de ensino ou enriquecer conteúdos disciplinares.
            Quando o "produtivismo" impera na academia, aulas, conferências e palestras brilhantes ou qualquer outro tipo de comunicação fora dos meios reconhecidos não contam, por mais que sirvam para solucionar problemas, enriquecer espíritos ou abrir novos caminhos de pensamento.
            Esse é o cenário de uma universidade heterônoma, que está sendo conduzida por interesses consorciados de empresas que demandam serviços tecnológicos, famílias que almejam mais oportunidades de acesso a vagas gratuitas no ensino superior, "oligarquias científicas" que legitimam seus privilégios impondo sistemas de avaliação ad hoc e governantes mais comprometidos com o projeto de poder de seus partidos do que com o futuro na nação.

 
 

SIM

Como é fácil a vida dos professores

Artigo de Alberto Carlos Almeida, doutor em ciência política e sociólogo.

            A principal avaliação, senão única, à qual são submetidos os professores de nossas universidades federais ocorre por meio das pós-graduações. A quantidade e qualidade de suas produções científicas é medida, e a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) confere notas para cada curso de pós-graduação.
 
            A distribuição de recursos entre as pós-graduações ocorre de acordo com tais notas: quanto mais elevada elas são, mais acesso a bolsas de estudo, financiamentos para viagens etc. tais cursos recebem. É muito pouco, considerando-se o quanto nós brasileiros, todos, inclusive os mais pobres, pagamos para sustentar este enorme sistema público universitário.

            Fui professor do departamento de ciência política da Universidade Federal Fluminense entre 1993 e 2005 e tive a chance de ser testemunha ocular de como é fácil a vida dos professores de universidades púbicas. Não há um rigoroso controle externo sobre o que é feito ou o que se deixa de fazer. Se falta isso, imagine metas de produtividade.

            Vi em muitas oportunidades vários professores deixarem de dar inúmeras aulas e nada acontecerem com eles. Os alunos não têm a quem recorrer. Eles podem reclamar com o respectivo departamento de ensino ao qual o professor está vinculado. Como são todos pares e muitas vezes um professor pode precisar do apoio político de outro, eles nada fazem para coibir os faltosos.

            Não dar aulas é um mal visível. Há os menos visíveis, porém com consequências muito negativas. Muitos professores dão aulas, mas enrolam: iniciam 15 minutos mais tarde e terminam 15 minutos mais cedo do que o horário regular, ficam dando suas opiniões pessoais em sala de aula em vez de ensinar conteúdos, não se atualizam com a finalidade de melhorar seus cursos etc. A falta de cobrança externa resulta em acomodação e, em muitos casos, a preguiça se manifesta.

            Sendo assim, a primeira meta a ser estabelecida é tão óbvia quanto necessária: dar todas as aulas do início ao fim com conteúdo denso e útil para os estudantes. Isso se mede por meio da produtividade: é preciso que seja estabelecido um rigoroso processo de avaliação do estudante, por meio de indicadores, desde quando ele entra na universidade até os primeiros anos após sua formatura, com a entrada no mercado de trabalho.

            Tenho tido a chance de trabalhar em um projeto que faz exatamente isso, o projeto Siga realizado pela Unianhanguera, e os benefícios são evidentes. Indicadores desta natureza permitem detectar e identificar as causas de problemas como estudantes desestimulados e evasão.

            Os professores das universidades federais não querem esse tipo de avaliação, pois seria fazer um raio-X sobre o resultado de seu trabalho. Eles não querem ser controlados. O nosso sistema de universidades federais custará em 2012 quase R$ 28 bilhões. Um sistema tão caro precisa dar uma grande contribuição ao País. Não é isso que vemos.

            Os professores são juridicamente funcionários públicos, e grande parte deles se comporta como tal no sentido pejorativo da expressão: não trabalham ou trabalham muito pouco. É por isso que o resultado do que eles fazem precisa de controle externo por meio de avaliações abrangentes e rigorosas, que incluam metas de produtividade a elas vinculadas, e os recursos precisam ser alocados em função de tais avaliações.

            Há um conflito de interesse: os professores não querem isso, e a sociedade quer que o recurso que ela coloca nas universidades seja utilizado de maneira eficiente. Por enquanto, quem tem vencido esse conflito são nossos professores funcionários públicos.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Construindo um extintor de incêndio

MATERIAL UTILIZADO:

·         1 garrafa pet de 600 mL
·         1 conta-gotas
·         1 tubo de ensaio de 35 mL
·         450 mL de vinagre
·         Bicarbonato de sódio (NaHCO3)
PROCEDIMENTO:
·         Faça um furo, com o auxílio de uma faca ou estilete, na tampa da garrafa pet, de maneira que o orifício seja o suficiente para introduzir o conta-gotas, ficando este o mais justo possível. Coloque o conta-gotas no orifício, melhor fixando-o se necessário com uma fita teflon ao seu redor, antes de inserí-lo.
·         Coloque o vinagre dentro da garrafa pet e o bicarbonato de sódio dentro do tubo de ensaio, estando este também dentro da garrafa pet, cuidando para que o vinagre fique 2 cm abaixo da borda do tubo de ensaio.
·         Muito cuidado para que o bicarbonato de sódio não entre em contato com o vinagre, já que isso dará início à reação imediata. Tampe a garrafa pet com a tampa adaptada com o conta-gotas, apertando-a bem.
·         Para o funcionamento do extintor, tampe o furo de saída do conta-gotas com o dedo e sacuda vigorosamente o extintor, dando início assim, à reação entre o bicarbonato de sódio e o vinagre.
·         Em seguida direcione o extintor para a região a ser atingida e retire o dedo do furo de saída do conta-gotas.
·         A pressão formada pelo CO2 fará com que a mistura de água e etanoato (acetato) de sódio seja expelida para fora do extintor. Para essas quantidades de bicarbonato de sódio e vinagre, formará inicialmente um jato de três metros aproximadamente e o líquido continuará sendo expelido durante mais ou menos 30 segundos, caso se mantenha o extintor direcionado para baixo.
ENTENDENDO O EXPERIMENTO
·      Reações ácido-base fazem parte do nosso dia-a-dia. Como no caso do uso do creme dental, de caráter básico, na eliminação dos ácidos deixados pelos alimentos em nossa boca; No uso dos antiácidos, tais como os hidróxidos, contra a acidez estomacal.
·         A reação química responsável pelo jato se deu pela produção de etanoato de sódio (acetato de sódio) e ácido carbônico, decomposto em água e dióxido de carbônico (gás carbônico CO2).
H3CCOOH(Aq)   +   NaHCO3(s)      →   H3CCOO-Na+(s)   +   CO2(g)   +  H2O(l)
·      O gás produzido na reação aumenta a pressão interna do extintor, e sendo esta maior que a pressão externa, faz com que a água e o sal sejam expelidos para fora do extintor. Lembrando que o extintor só poderá ser usado se o fogo estiver a uma altura inferior a do frasco com a mistura reacional, já que é necessário que o gás carbônico empurre a água e o sal formados, para fora do extintor.
RESÍDUOS, TRATAMENTO E DESCARTE
 
·      Os resíduos gerados neste experimento podem ser jogados diretamente no lixo doméstico. A garrafa pet deve ser encaminhada à reciclagem.
fonte: http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/arquivos/File/sugestao_leitura/50experimentos.pdf 




Atividade executada com os alunos do Ano EEFM Elza Goersch

 Atividade experimental desenvolvida com os os alunos do 1º da turma da manhã dia 25.09.2012.


A meta principal foi transmitir de forma clara e simples o funcionamento de um extintor de incêndio, permitindo apresentar a Química como uma disciplina envolvente, com aplicação direta em nossas atividades do dia a dia. Os alunos ficaram curiosos e questionaram sobre os tipos de extintores, onde foi explicado para os mesmos são classificado da seguinte forma:
 
Extintor H2O: água na forma líquida (jato ou neblina);
Extintor à base de Espuma: espuma mecânica;
Extintor de Gases e vapores inertes: gás carbônico (CO2), Nitrogênio, Vapor d´água;
Extintor Pó químico: bicarbonato de sódio.













quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Pesquisa aponta que universitários não mostram interesse em carreira docente

A porcentagem de alunos que não pensavam em ser professores ou tinham dúvidas sobre essa opção foi de 52% na licenciatura em Física e 48% na Matemática.

            Pesquisa realizada na Faculdade de Educação (FE) da Universidade de São Paulo (USP) mostra que metade dos alunos dos cursos superiores de licenciatura em Física e Matemática não se interessam ou tem dúvidas em se tornarem professores de educação básica. O estudo da pedagoga Luciana França Leme também ouviu alunos de Medicina, que manifestaram interesse pela profissão, mas que não a seguiram devido aos salários e as condições de trabalho. A pesquisadora recomenda que a licenciatura seja mais valorizada nas áreas de Física e Matemática, e que os alunos de Pedagogia tenham mais oportunidades de vivenciar a experiência de ensinar em sala de aula.

            Ao todo foram aplicados 512 questionários para ingressantes nos cursos das licenciaturas em Física, Matemática e Pedagogia e do bacharelado em Medicina da USP. As questões verificaram se os estudantes tinham interesse em ser professores da educação básica, que abrange a educação infantil (de zero 5 anos de idade) e os ensinos fundamental (de 6 a 14 anos) e médio (de 15 a 18 anos). "A maior motivação da pesquisa foi a escassez de professores no Brasil, em especial na área de ciências exatas, pois estudos indicam que poucos jovens querem seguir carreira docente", diz Luciana.

            A porcentagem de alunos que não pensavam em ser professores ou tinham dúvidas sobre essa opção foi de 52% na licenciatura em Física e 48% na Matemática. "Os estudantes apontaram que entraram nos cursos por interesse em Matemática e Física, pelo fato de a USP ser gratuita e dos recursos que oferece e que poderão ser úteis no mercado de trabalho, sendo que este último argumento poderia ser usado para justificar o ingresso em qualquer outro curso da Universidade", afirma a pedagoga. Na Pedagogia, 30% descartaram seguir o magistério ou estão em dúvida. "O índice é menor porque muitos alunos ingressam nessa carreira pensando em ser professores, além de outras razões, como a possibilidade de trabalhar com crianças".

            A questão salarial apareceu como uma das principais razões pensadas para se optar ou não pela profissão. "Normalmente, quem queria entrar no magistério sabia exatamente o valor dos salários pagos aos professores, enquanto os que não tinham interesse estimaram valores fora da realidade, ou muito altos ou muito baixos", diz a pesquisadora. "A decisão também é influenciada por outros fatores intrínsecos à profissão, como a liberdade para trabalhar, pois boa parte dos alunos alegou que só seria professor se conseguisse ingressar numa escola reconhecida por ter bom trabalho educacional, onde pudesse ter relativa autonomia e ensinar com certa liberdade".

            Condições de trabalho - Entre os alunos de Medicina, a porcentagem daqueles que em algum momento da vida pensaram em ser professor chegou a 15%. "É um número alto, especialmente se for levado em conta que se trata de um grupo que normalmente apresenta maiores vantagens sociais, vindo de famílias de renda mais alta, e que por esses motivos pode escolher a profissão que quiser", conta Luciana. "A maioria deles ainda assinalou que gostaria de dar aulas no ensino médio".

            A pesquisa apurou que os estudantes interessados no magistério não se tornaram professores de educação básica devido às condições de trabalho e os salários. "Entretanto, foi manifestado um grande respeito pela profissão de professor", ressalta a pedagoga. "Eles apontaram com grande precisão o papel do professor como carro-chefe da sociedade e principal responsável pela aprendizagem social e cognitiva das crianças e adolescentes".

            Luciana recomenda que os professores sejam reconhecidos como profissionais da educação. "Isso não deve acontecer apenas em termos de imagem pública, pois o professor é o único profissional capacitado que pode atuar no aprendizado dos alunos da educação básica", destaca. "O reconhecimento também deve vir em termos de carreira e de salário, viabilizando meios de ascensão social que não passem pelo abandono da atividade educacional".

            A pesquisadora observa que os cursos de Física e Matemática precisam conciliar mais a pesquisa científica com a formação de professores para a educação básica. "Muitos alunos entram pensando em fazer pós-graduação, seguir carreira acadêmica na universidade ou ir para outras profissões", diz. "Na área de Pedagogia, há um maior interesse pelo magistério, mas é necessário que esses alunos vivenciem de forma mais intensa a experiência das salas de aula, especialmente das escolas públicas". A pesquisa faz parte de dissertação de Mestrado de Luciana, apresentada na FE e orientada pela professora Sandra Zakia Souza. 
(Agência USP de Notícias)

JC e-mail 4595, de 02 de Outubro de 2012.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Construindo um Extintor de Incêndio

Aula Experimental de Química na Escola Elza Goersch

      Na última sexta-feira, 28/09/2012, os pibidianos da Química 2009,  Alex Tenório e Camila Albuquerque estiveram envolvidos e envolveram os alunos do 2o. ano do ensino médio na construção de um extintor de incêndio.